A ROSA DA EXISTÊNCIA
Eu vinha pela estrada desta vida
vagando como um viajor errante,
sem luz, sem brilho e sem guarida,
sem o farol do amor e sem mirante,
só espinhos a estraçalhar-me o peito,
só dores a rasgar-me o coração estreito.
Cabisbaixo, tristonho, era só queixumes
não sentia nas narinas os perfumes
das flores, dos bogaris, do mar o sal,
só procelas no mar dos sonhos, vendaval.
Parecia um zumbi sem resistência,
um corpo esquálido a pedir clemência.
Eis, porém, que surge no horizonte,
a luz da estrela pelo céu do amor,
uma rosa bela sobre o verde monte,
expelindo para longe a minha dor.
Anjo divino, belo a roçar-me a fronte,
bailarina do sonho embalando o amor.
Eu disse então rosa divina: "és tu a luz
que me fascina que veio retirar meu sofrimento,
ou és uma sereia que seduz?"
Só senti fascinação neste momento.
Rosa, Rosa deixaste um poeta inconsciente,
com a tua beleza onipresente.