A ROSA DA EXISTÊNCIA

Eu vinha pela estrada desta vida

vagando como um viajor errante,

sem luz, sem brilho e sem guarida,

sem o farol do amor e sem mirante,

só espinhos a estraçalhar-me o peito,

só dores a rasgar-me o coração estreito.

Cabisbaixo, tristonho, era só queixumes

não sentia nas narinas os perfumes

das flores, dos bogaris, do mar o sal,

só procelas no mar dos sonhos, vendaval.

Parecia um zumbi sem resistência,

um corpo esquálido a pedir clemência.

Eis, porém, que surge no horizonte,

a luz da estrela pelo céu do amor,

uma rosa bela sobre o verde monte,

expelindo para longe a minha dor.

Anjo divino, belo a roçar-me a fronte,

bailarina do sonho embalando o amor.

Eu disse então rosa divina: "és tu a luz

que me fascina que veio retirar meu sofrimento,

ou és uma sereia que seduz?"

Só senti fascinação neste momento.

Rosa, Rosa deixaste um poeta inconsciente,

com a tua beleza onipresente.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 07/01/2012
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T3427969
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