Lembranças do tempo!
Ontem! Eu era uma criança
Feliz, sempre brincando
No balouço do meu jardim
Voando com o vento, rindo...
A criança cresceu, estudou
acrescentaram responsabilidades
Umas atrás das outras, sem piedade
E da criança apenas, restou a sua saudade...
Mais tarde no jardim, estava
Uma jovem adolescente, lendo
Voando, com o vento, sonhando
Em histórias de encantar, crescendo...
E no seu crescer ela ficou uma mulher
Era a hora de ser adulta, tomar a vida
Em suas delicadas mãos, escrevendo
A sua verdadeira historia, sem medo...
Entregou-se, foi mãe, foi batalhadora
Apanhou muito da vida, foi lesada
Verteu lágrimas, gritou de dor
Mas a vida lá continuou...
Desiludida! Ela apenas caminhou
Pensando que estava sozinha
Mas um anjo, um dia soprou
Segredos em seu ouvido...
E sua hora chegou, ela voltou a renascer
Foi banhada em esperança e os seus olhos!
Azuis, voltaram a ser cheios de cor e luz
E nessa luz ela aprendeu o verdadeiro amor...
Hoje ela se confunde com os dias, cansada
Sorri para a sua maior paixão, acreditando
Como é bom o teu amor, o receber
E escutar na manhã “Eu te amo”...
Ela aprendeu a sorrir aos espelhos do tempo
Aprendeu a ler as suas rugas e as amar
Em cada uma existe um belo momento
Um entendimento, uma história...
Olhando as minhas mãos enrugadas
Já velhinhas e consumidas pelo tempo
Elas me afagam a alma, vivamente
Elas tocaram a minha linha do tempo...
E nas minhas memórias eu, lembro-me!
Dos murmurares da vitoria, dos risos
Doces batalhas, os doces momentos
Que por aqui eu deixo escrito...
Não me julguem! Não me condenem!
Eu apenas quis amar, quis escrever
Não iludi o tempo e nem a sinceridade
Deixo escritas as minhas vontades...
Não quero flores, essas, apenas no jardim
Não quero lágrimas, apenas o perdão sentido
Nem saudades, apenas a memória no coração
Nem lápides e nem velas jogadas ao vento...
A luz apenas, eu quero, a que vem do teu coração
Naquele pedaço guardado no meu verso, para ti
Era um pedaço do meu pobre destino, escrito por mim
Que foi traçado e amordaçado no meu imortal, poema!