O enigma da mutação
Calei-me perplexa,
pensamento absorto,
olhei incauta em mim,
paralisada.
Deparei-me com um enigma!
Despiu-me com o olhar
querendo me desnudar.
Pisquei para desfazer o engano,
sair do ilusório sono,
desfazer o sonho.
Parei e pensei!
Estava ali ele, real,
vivo, taciturno, atônito,
paralisando-me.
Olhar futurista,
vindo de um eclipse
para me aterrorizar.
Resolvi refletir!
Uma mente horrenda que
reluzia, soltava faíscas querendo
me provocar.
Com seu pensamento me falava,
chamava, clamava
para a obviedade derribar.
Aceitei ceder!
Deixei-me seduzir docilmente.
No seu silêncio continha um canto
que mais parecia o de uma cotovia.
Aquele ente agora me segue
como brasa ardente,
tirando-me do reticente
pondo-me na inquietude
dos seres que desejam
da apatia irromper para a plenitude.
Aderí a mutação!