O enigma da mutação

 

Calei-me perplexa,
pensamento absorto, 
olhei incauta em mim,
paralisada.
Deparei-me com um enigma!

Despiu-me com o olhar
querendo me desnudar.
Pisquei para desfazer o engano,
sair do ilusório sono,
desfazer o sonho.
Parei e pensei!

Estava ali ele, real,
vivo, taciturno, atônito,
paralisando-me.
Olhar futurista, 
vindo de um eclipse
para me aterrorizar.
Resolvi refletir!

Uma mente horrenda que
reluzia, soltava faíscas querendo
me provocar.
Com seu pensamento me falava,
chamava, clamava
para a obviedade derribar.
Aceitei ceder!

Deixei-me seduzir docilmente.
No seu silêncio continha um canto
que mais parecia o de uma cotovia.
Aquele ente agora me segue
como brasa ardente,
tirando-me do reticente
pondo-me na inquietude
dos seres que desejam 
da apatia irromper para a plenitude.
Aderí a mutação!







Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 28/11/2011
Reeditado em 28/04/2012
Código do texto: T3361118
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