CANDURA
AO RAIAR DA PRIMAVERA
DA VIDA, O SONHO, A QUIMERA ,
DA FLOR AINDA EM BOTÃO,
RECORDO , NA TENRA IDADE ,
O ENCANTO E FELICIDADE ,
QUE JAZ EM MEU CORAÇÃO .
NAQUELE VERDOR DOS ANOS ,
BEM LONGE DOS DESENGANOS ,
SENTI-ME MUITO FELIZ .
VIA, NAS SOMBRAS VELADAS ,
FANTASMAS ,GÊNIOS E FADAS,
TEMENDO ENCONTRAR SACÍS.
NOS SONHOS, BRINCAVAM ANJOS ,
QUE RINDO TOCAVAM BANJOS ,
EU DORMINDO , ENTÃO, SORRIA .
E QUANDO A NOITE CHEGAVA ,
NO COLO DA MÃE REZAVA ,
AO DESPEDIR-ME DO DIA .
MOLHAVA OS PEZINHOS MEUS ,
NA CHUVA ENVIADA POR DEUS ,
ROÇANDO A LAMA DE LEVE .
PORÉM ,CHEGADO O INVERNO ,
FICAVA DO LADO INTERNO ,
OLHANDO OS FLÓCOS DE NEVE .
SÓ QUANDO O SÓL ESPARZIA ,
NA TERRA , LUZ E ALEGRIA ,
TINGINDO TUDO DE CORES ,
EU IA AO CIMO DO MONTE ,
DESCORTINAVA O HORIZONTE ,
PERDIDO EM MEIO DE FLORES .
QUANDO O VERÃO SURGIA ,
NA PRAIA, PASSAVA O DIA ,
VENDO AS GAIVOTAS VOAR .
DIANTE DAS ONDAS REVOLTAS ,
DO MAR, TEMIA SUAS VOLTAS ,
OLHANDO UM BARCO PASSAR.
NO ESCURO CÉU , RECAMADO
DE MIL ESTRELAS BORDADO ,
NO PALCO IMENSO DOS CAMPOS ,
DANDO COMEÇO Á ORGIA ,
UTÓPICA VALSA OUVIA ,
NO BAILE DOS PIRILAMPOS...
ÁS VEZES, POR UM MOMENTO ,
EU PERCO MEU PÉNSAMENTO ,
EM MEIO DA NOITE ESCURA ,
E SINTO ENORME VONTADE .
RASGANDO OS VÉUS DA SAUDADE ,
VOLVER ÁQUELA CANDURA .
-O-