CANDURA

AO RAIAR DA PRIMAVERA

DA VIDA, O SONHO, A QUIMERA ,

DA FLOR AINDA EM BOTÃO,

RECORDO , NA TENRA IDADE ,

O ENCANTO E FELICIDADE ,

QUE JAZ EM MEU CORAÇÃO .

NAQUELE VERDOR DOS ANOS ,

BEM LONGE DOS DESENGANOS ,

SENTI-ME MUITO FELIZ .

VIA, NAS SOMBRAS VELADAS ,

FANTASMAS ,GÊNIOS E FADAS,

TEMENDO ENCONTRAR SACÍS.

NOS SONHOS, BRINCAVAM ANJOS ,

QUE RINDO TOCAVAM BANJOS ,

EU DORMINDO , ENTÃO, SORRIA .

E QUANDO A NOITE CHEGAVA ,

NO COLO DA MÃE REZAVA ,

AO DESPEDIR-ME DO DIA .

MOLHAVA OS PEZINHOS MEUS ,

NA CHUVA ENVIADA POR DEUS ,

ROÇANDO A LAMA DE LEVE .

PORÉM ,CHEGADO O INVERNO ,

FICAVA DO LADO INTERNO ,

OLHANDO OS FLÓCOS DE NEVE .

SÓ QUANDO O SÓL ESPARZIA ,

NA TERRA , LUZ E ALEGRIA ,

TINGINDO TUDO DE CORES ,

EU IA AO CIMO DO MONTE ,

DESCORTINAVA O HORIZONTE ,

PERDIDO EM MEIO DE FLORES .

QUANDO O VERÃO SURGIA ,

NA PRAIA, PASSAVA O DIA ,

VENDO AS GAIVOTAS VOAR .

DIANTE DAS ONDAS REVOLTAS ,

DO MAR, TEMIA SUAS VOLTAS ,

OLHANDO UM BARCO PASSAR.

NO ESCURO CÉU , RECAMADO

DE MIL ESTRELAS BORDADO ,

NO PALCO IMENSO DOS CAMPOS ,

DANDO COMEÇO Á ORGIA ,

UTÓPICA VALSA OUVIA ,

NO BAILE DOS PIRILAMPOS...

ÁS VEZES, POR UM MOMENTO ,

EU PERCO MEU PÉNSAMENTO ,

EM MEIO DA NOITE ESCURA ,

E SINTO ENORME VONTADE .

RASGANDO OS VÉUS DA SAUDADE ,

VOLVER ÁQUELA CANDURA .

-O-

ARNOLDO WIECHETECK
Enviado por ARNOLDO WIECHETECK em 22/11/2011
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