Foram quinze meses desumanos, terríveis,
Horríveis,
Esperando,
Sentia-me minando...
Vi, claramente, a vida se esvaindo...
Sem mim, seguindo.
Afastado da dignidade,
Desejava a eternidade!
Precisava vender a casa
Pra poder abrir a asa
E, quem sabe, tentar uma sobrevida
No lugar que havia escolhido na Bahia!
Sonhei, diariamente,
Cotidianamente,
Com Itacaré
Da cabeça aos pés.
Imaginava tudo.
Desenhava tudo.
Mas, tinha a impressão
De que não passaria do aeroporto.
Havia conseguido força, apenas,
Pra ir matar minhas penas
Em outro lugar,
Que me olhasse no rosto,
Que me deixasse respirar,
E me respeitasse, o coração!
Pois saibam amigos, que eu estava errado.
O melhor estava por vir...
A existência iria começar a me sorrir,
A plantar flores
Em meu jardim...
A me mostrar suas verdadeiras cores.
A me dizer, pela primeira vez, SIM!
Amigos, e o fez com propriedade,
Com incontestável maturidade!
Ao mesmo tempo, uma leveza,
Só encontrada na pureza!
É isso! – Itacaré me deixou ver,
Que estava adequado, meu jeito de ser:
Incandescente,
Apaixonado,
Urgente,
Escancaradamente arrebatado!
Vim ter com o mar
De meus sonhos,
Inspiração dos versos que componho...
A poesia da floresta... Apresentou-me o ar!
Não há como voltar,
Nem ao menos pousar!
Festejem comigo!
Uma das músicas de minha vida:
Um dos poetas de minha vida,
Com a intérprete de minha vida:
Vinícius na voz de Bethânia
http://www.youtube.com/watch?v=pwPei9dUUQ8