Flor de muitos ofícios
Flor de idade tenra,
Tenra infância,
Em pleno desabrochar
Fluindo como as águas de um rio
Em sua nascente,
Vida emergente, crescente, latente
Feito poesia.
Flor impedida de crescer
Em sua essência; de muitos ofícios
E poucos risos; impulsionada
À maturidade, sufocando
A sensibilidade,
Flor feito qualquer uma...
Teve atrofiado seu brilho natural.
Flor que tanto quisera
Viver no outono
Ou na primavera
As delícias que esse tempo traz,
Flor que espera cansada
Da lida diária,
A chegada do verão!
Flor que apesar dos espinhos
Cresceu, tomou seu caminho
E segue adiante,
Vivendo em outros jardins
Parceira de muitos passarinhos,
No verão, outono ou primavera,
Flor que não mais espera!
Flor que ao passado disse adeus
Evoluiu, amadureceu,
Agora entre risos
Segue viagem...
Não mais pede licença...
Seu destino? Qualquer paragem
Na bagagem, poesia em essência!
Isis Dumont