A PRIMAVERA É VERA
A primavera é Vera
Flores nos cabelos, riso fácil, olhos de menina
Tudo é festa na vida de Vera
Estampa alegria no rosto de quem ama a vida
Que para ela é tão bela
Não é estudada e nem refinada
Mas, feliz que só ela, não precisa de nada
O céu é um doce amigo e, o rio, um irmão
Do saber só quer o viver
Comer fruta no pé e amassar barro com os pés
Tem medo de aprender o que não precisa
As ruindades e bobeiras do mundo
E acabar com a alegria da vida
Viu a amiga de infância, Jurema, se mudar pra cidade grande
E depois de alguns anos voltar tão cismada e muito mudada
Tão-logo veio a saber, que ao deixar o amado rincão
Jurema esqueceu de seu pedacinho de chão
Escondia das novas amigas tão humilde passado
Mudou o seu mundo e suas verdades
Num dado momento perdeu-se de tudo
Em uma vã procura não mais se achava
E assim foi parar no divã de um doutor
Que encheu-lhe a cabeça de Freud e de Jung
Pirou-lhe a mente de vez
Por isso que Vera não troca de vida
Só quer o que sabe sua gente, sua terra
Assim que é Vera!