A PRIMAVERA É VERA

A primavera é Vera

Flores nos cabelos, riso fácil, olhos de menina

Tudo é festa na vida de Vera

Estampa alegria no rosto de quem ama a vida

Que para ela é tão bela

Não é estudada e nem refinada

Mas, feliz que só ela, não precisa de nada

O céu é um doce amigo e, o rio, um irmão

Do saber só quer o viver

Comer fruta no pé e amassar barro com os pés

Tem medo de aprender o que não precisa

As ruindades e bobeiras do mundo

E acabar com a alegria da vida

Viu a amiga de infância, Jurema, se mudar pra cidade grande

E depois de alguns anos voltar tão cismada e muito mudada

Tão-logo veio a saber, que ao deixar o amado rincão

Jurema esqueceu de seu pedacinho de chão

Escondia das novas amigas tão humilde passado

Mudou o seu mundo e suas verdades

Num dado momento perdeu-se de tudo

Em uma vã procura não mais se achava

E assim foi parar no divã de um doutor

Que encheu-lhe a cabeça de Freud e de Jung

Pirou-lhe a mente de vez

Por isso que Vera não troca de vida

Só quer o que sabe sua gente, sua terra

Assim que é Vera!

Nelly Jean
Enviado por Nelly Jean em 01/10/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T3252553