Fotos poéticas

             Edson Gonçalves Ferreira



Como sou moço, sentei-me ao lado de Fernando Pessoa
Quando, na verdade, queria estar ao lado dele
De carne e osso, como universo pensante
Que passa, queiram ou não queiram
Afinal, meus versos como os Dele, queira Deus, ganharão eternidade...




Estive na Espanha,
Em Portugal, curti os moinhos,
Sem brigar com eles,embora eu tenha a loucura de Dom Quixote
Ele não tinha razão, moinhos não são monstros
São pura poesia que o vento toca
E enche o ar de uma canção secular...



Embora não tenha complexo de grandeza,
Adoro chegar nas nuvens,  mesmo que seja no elevador
Curtindo as ruelas de Lisboa, imortalizadas por Amália
A voz que cruza o tempo no sem tempo do lirismo
Quem canta chega mais, muito mais perto de Deus, assim creio...




Não curto touradas, todos animais são sagrados
Mas visitei a Praça dos Touros
E sonhei com os toureiros e suas damas
Cavalheiros que ilustravam os filmes
Quando a inocência habitava a minha infância
O tesouro mais sagrado da vida...




Diante da capelinha dos Duques de Bragança, estremeci
Deus em sua majestade me perdoe
Ele não precisa de tamanha riqueza de pedra para ouvir nossas preces
Já que a sua igreja maior é o maravilhoso universo
Desconhecido ainda por nós, pobres mortais...




E dentro das arcadas do palácio,
Relembrei meu lado monacal
E o silêncio virou canção
A melodia mais pura do mundo
Essa que o universo toca
E, às vezes, nós, mortais, não escutamos
Ouçamos a Natureza comungar suas sinfonias conosco.


Registro de viagem feita a Portugal.

Divinópolis, 23.09.2011
edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 23/09/2011
Reeditado em 23/09/2011
Código do texto: T3236865
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