Como é que alguém pode não enxergar
A palpável magia,
Que a tudo permeia na vida,
De forma exemplar?
Como se explicam essas cores?
E a intensidade desses sabores?
O poder dessa voz,
Que chantageia todos os nós...
Basta diminuir a velocidade,
Para entrar em contato com a criatividade,
Que nos rodeia,
Com uma clareza que incendeia.
Basta deixar o gado seguir
E transgredir...
Transigir,
Até a próxima esquina do sorrir.
O pasteurizado é um insulto,
Ao bom do mundo.
Leva a lugar algum,
A progresso nenhum.
O estabelecido afronta a evolução,
Que quer volição,
Movimento,
Aprimoramento do argumento.
A sociedade que se pensa civilizada,
Está paralisada,
Em uma previsível encruzilhada,
Com sua teimosia desdentada.
É inimiga da magia,
Da liberdade,
Da sensibilidade,
De qualquer forma de ousadia,
Que ameace o seu falso poder,
Obtido pela imposição,
Pela coação...
Só o que faz é nos deter.
Quando se sai de seu domínio,
Leia-se sacrifício,
O que se descortina,
Inunda a vista!
É tanta beleza!
Tanta lógica,
Dentro de uma transparente ótica,
Cravejada de pureza!
Onde tudo é,
Exatamente o que é.
Sem ilusões,
Nem alucinações,
Muito menos manipulações.
Tudo passa a ser um chamado ao enlevo.
Começa-se a se apreciar cada detalhe do relevo,
Sem temores,
Só clamores.
É o oásis ocupando o deserto.
Um olhar desperto!
Uma alma aberta,
Seguindo, no firmamento, a seta!
Assim conheci Fernando Pessoa
http://www.youtube.com/watch?v=gWI1gs0dJYk&feature=related
Recomendação de leitura:
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/3220006