A VIDA QUE CANTO
Vejo a vida brincando
Nas asas inquietas do beija-flor
no peito do bem-te-vi
No capim do cerrado
E nas flores de murici
Ah, a manga madura
A laranja e o maracujá
Nas flores e nas frutas
Quanta vida há
vejo-a ao amanhecer
nas gotas de orvalho
nos primeiros raios de sol
no sonho encantado do alvorecer
No despertar da bicharada
no tropel do cavalo,
vida a gente vê
na abelha e no mel
e nas flores do ipê
Nos gritos da meninada
Choros, risos e artimanhas
Nas brincadeiras, nas tiradas
Vida na saudade, na alegria, no amor
Vejo vida no dourado do entardecer
nos louros cabelos ao vento
no brilho dos olhos, no sorriso
na sinceridade do sentimento
A vida é mesmo um encanto
Um caleidoscópio
Um mistério, um desafio
É loucura, é confusão, é arrepio
É tudo isso a vida que canto
É aventura, é surpresa
É alegria, é emoção
É nostalgia, é beleza
É fazer, crer, acontecer
É, tão somente,
uma poesia a se escrever.