FESTA NO JARDIM (Poesia e Plástica)*
EDOUARD MANET - ALMOÇO NA RELVA*
A cigarra canta salmodiando
O claro dia de verão.
Fazendo coro está o grilo a cricrilar
E o sapo na percussão a coaxar.
Sons que vem do jardim.
Salão onde se festejam a vida
Nestes cantos de abundante vida.
Os pássaros também cantam
O bem-te-vi a nos acusar
Que nos viu ontem e hoje
A caminhar na estrada da vida
(ou estaríamos nós às escondidas a namorar?)
As andorinhas – golfinhos do ar,
Chilreiam alegres dobrados
Bailando para lá e para cá.
Sons do jardim, salão onde festejam
A vida nestes cantos de abundante vida.
GIORGIONE – O CONCERTO CAMPESTRE*
As abelhas zumbem somando-se também à percussão.
Invejosas, as libélulas aparecem. Não tem graça,
Querem participar mesmo assim.
Até as moscas azuis, enfim, vêm verificar.
Provocam sons estridentes em constante desafinar.
Com tanta festa e música não podia faltar
As borboletas – eternas BAILARINAS DE DEGAS*.
Emprestam a sua graça e decoram
Com diversas cores o jardim.
Salão onde se festejam a vida
Nestes cantos de abundante vida.
As margaridas sorriem, em longas
Hastes balançam – dançam.
As rosas contribuem com seus perfumes
Criando o ambiente sedutor.
Os lírios, comportados senhores,
A tudo observam.
A decoração é complementada por miosótis
- garbosos rapazes a refletir o céu.
Todas as flores acenam
Quando passa o vento pelo jardim.
Lugar de onde vem sons.
Salão onde se festejam a vida
Nestes cantos de abundante vida.
PIERO DI COSIMO - A DESCOBERTA DO MEL*
*Se você conseguiu visualizar os jardins através dos versos,
você tem muita sensibilidade poética.
Se você conseguiu, além disto, visualizar as obras citadas,
que são pinturas de grandes mestres, você é um bom entendedor
de História da Arte e certamente você é uma pessoa de cultura
elevada – mesmo assim sugerimos a consulta para a visualização
das obras e o conhecimento mais aprofundado dos artistas.
L.L. Bcena, 16/02/2000
POEMA 366 – CADERNO: LÍRIO AMARELO.