a rua molhada

saio e encontro a rua molhada

olho pro céu e vejo

a cor cinza da água lá por cima

e como isso me encanta

podia estar por trás de você na janela

roçando o pênis que se vai

aninhando entre os seus lábios molhados

ou podia estar andando pela grama

com os pingos caindo nos rostos da gente

podia falar impotente pra trovoada

“não fique aí, sua assanhada,

metendo medo na gente”

ou podia ficar só olhando a rua molhada

o bastante pra me dar alegria

o bastante pra reconhecer

que não posso viver sem a primazia da chuva

quando há vezes que a gente se cansa do sol...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 31/08/2011
Código do texto: T3193355
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