Na noite dos fonemas,
não me arcaizarei.
Por mais que os lingüistas queiram,
não me vocalizarei.
 
Ò universais ondas linguísticas,
bafejos latinórios,
lançai-me longe o tédio,
não o deixeis apoquentar-me,
esse gentalho, porquema.
 
Fremosíssimos fonemas,
não me aportugueseis.
Sou ser, matéria, gente, não vós.
 
Fonemas, canalhas íntimos,
sede lá justos ou invidos;
mas deixai-me acá em paz,
em paz que por hoje só:
não me fonemeis ou desmorfemizeis.
 
Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 21/08/2011
Reeditado em 23/08/2011
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