Trinta e três anos
Trinta e três anos
Daqui vejo-me vendo. Onde estou não significa muito. Mas vale o quanto já andei para até aqui chegar. E mais me alegra o quanto ainda poderei andar.
As coisas que eu pensei, vi, falei, senti, fiz, ajudei a fazer, quis fazer, não fiz... Tudo isso eu fui. Tudo isso me fez o que hoje posso ser. Nada foi sem razão, e quase tudo foi necessário ter sido vivido.
O que me agonia são as realidades mutantes. Na prática não existe mais realidade. Tudo muda. E a velocidade da mudança parece acelerar sem harmonia com nosso desejo. Ah... E eu desejo tanta coisa... Como quero poder ver novamente as folhas de ontem, as cores das flores que tanto colorir trouxe para o meu passado. É estranho... Estas cores não mudam... Mas parece que perdemos a capacidade de admirá-las na contramão do tempo.
E o tempo... Ah... Não posso dizer que ele não é meu amigo. O tempo me trouxe, me fez, me refez, e me impulsiona até aqui para adiante. Meu amigo tempo, quanto tempo se fez, se faz, se resta ainda... Esteja ao meu lado, me dê passagem, que à vida preciso viver e amar!