A VIOLA QUE NÃO DESAFINA
Trazer a vida para o dia a dia
esperar a noite.
Meus versos não se importam se eu não faço rima
se chove, se faz sol
se é a viola que não desafina.
Se toco na primeira que eu chamo prima
se meu bordão é a nota mi,
se a terceira é sol, se não trasteja
meu violão,
tocando as cordas do meu coração.
Meus versos não se importam se eu não fico triste
quando chove.
Se chove ouço os respingos no telhado,
se não chove vejo o sol brilhando
na telha de vidro, que em toda a casa existe
seja rica, alegre, pobre ou triste.
E assim a alegria vem correndo
escorrendo nas bicas, nos respingos
da chuva alegre do amor.