Recife

Manhã na minha cidade

Gotículas sobre as folhas verdes

Brilham como estrelas jade

Contra o fundo azul de acasos brancos

Barulhos de vida pulsam desde cedo

Por avenidas tronco e artérias pernas

Que se esticam prevendo os fluxos

Numa constância que sequer se alterna

Abrem-se braços abertos, visíveis só pelos corações

O casario amigo que não se contenta como cenário

Fala com as cores e ouve com as janelas

Onde cujas portas me saboreio delas

O nome “espelho” nunca refletiu

Tanta verdade com seus rios

Ondulando as retas

Tremulando as curvas

E o aparentemente sem sentido vai e vem

Diz que sua gente não pode parar

Acumulando o amor que se tem

E que não sabe bem como explicar