O Forró
Tião trabalhava na construção
Cingia a cabeça com um boné
Um lenço rubro envolvia seu pescoço
Tinha semblante de menino
Mãos calejadas
Olhar vago... Suspirava
O mancebo de cabelos negros
Sorriso meigo
Sentia um fervor por Chiquinha
Como onda bravia,
sua musa não esquecia...
Delineava um amor cheio de poesia
Numa noite de luar,
convidou a donzela prá dançar
Ela vestiu um vestido ramado
Calçou sapatos avermelhados
Tião se esmerou num terno branco
Enfeitou-se com uma gravata listrada
Parecia um magnata
Os enamorados como pombinhos,
saracotearam e rodopiaram
Como paina em ventania
encantaram a moçada
Que aplaudia sem parar
Adentraram à madrugada
Até o sol raiar!
Eta forró bom!
Fizeram bonito!
Cena que jamais saiu do coração!