MEU AMOR, MINHA VÉINHA
(Sócrates Di Lima)
Aflora a percepção da resolução do tempo em distanciamento,
E no pensamento, o alento do dever solto do sentimento,
Na retaguarda a saudade martelando cada momento,
Mostrando-se descontente com a distância no alongamento.
É nas películas da saudade que a alma invade,
Remodelando e refazendo todos os desejos abertos,
Mostrando que as lembranças do hoje já se fazem tarde,
E se aloja no livro do passado ou em nuvens dos desertos.
É por isto que vivo o hoje intensamente,
E se o amanhã chegar é o presente de todo dia,
O tempo é água que move moinho permanente,
E vai-se embora levando o que se viveu de fantasia.
É na minha realidade que o meu tempo busco,
Sem pressa, mas, vivendo-o intensamente, deveras,
Porque minha alma não se agrada com o lusco-fusco,
Vive da certeza do amor embalado em quimeras.
Minhas primaveras que faz floral minhas alegrias,
Pintados no brilho dos olhos da minha Maria,
Que no sorriso largo faz carente minha poesia,
E pra ela me relato e me refaço todo dia.
Em cada gesto de ternura que se agiganta,
No falar e em atitudes que da sua alma se faz,
Entoa meu coração no soluço que canta,
Saudade e felicidade para minha alma traz.
E de Maria eu me faço,
Enlaço-me e me torno santo,
Desde o começo do seu abraço,
Até onde eu estiver no meu canto.
Ah! Por onde andar minha criança,
Vestida de mulher no carinho de menininha,
O meu ontem ainda é o hoje que faz do amanhã esperança,
De ter e manter o amor de “ BÁ”silissa, minha Véinha.