A Ponte do Arco-Íris
Entre as nuvens fofas e brancas
O rosado do sol por no final de tarde
A brisa fugiu rapidamente das encostas
O vento veio em força devastando o dia
As nuvens acinzentadas fizeram se sentir
A chuva veio em forma de granizo
Forte, poderosa, fria e devastadora
Os campos choram suas colheitas
As mulheres choram seus homens
Que no mar estão enfrentando as ondas
Tudo parece voar e tudo parece acabar
De repente uma calmaria, uma trégua
Toda a vida parece florir de novo
As flores reagem ao sol embriagado
Que entre as nuvens espreita cheio de sono
E eu olhando tudo ali, ali tudo era perfeito
Olho as encostas ainda de roupa molhada
E uma bela ponte entre o real e irreal
Colorida, entre os tons lilases, rosas
O azul violeta, deixando o verde sair
E apenas dando sua mão aos tons amarelos
Era um belo quadro, ninguém o pintaria
Vi fadas, anjos, todos trabalhando felizes
Olhei para meu gato, ali parecendo entender
Que apenas os meus olhos viam aquela ponte
A ponte do imaginável, do além que transforma
A beleza, a esperança e a bela luta da natureza
Que nós friamente devastamos, matamos
Amordaçamos os que a defendem, calando-os
Sem pensar mais, entro na ponte do arco-íris
Para nunca mais voltar, matei as saudades
Da minha passagem para a outra margem...