NA PRAÇA DA ALFÂNDEGA

Jorge Linhaça

POA, 21/11/2006

A feira do livro já é passado,

a praça retoma o ritmo usual,

entre árvores eu ali sentado,

esperando a poesia chegar afinal.

Sento-me com Drumond e Quintana,

no banco de bronze, displicente...

terça-feira, início de uma semana

observo o movimento das gentes.

Alguns ficam curiosos com a cena,

um poeta vivo, entre dois de metal,

poderia ser um filme para cinema?

Uma pegadinha, etecetera e tal?

Não, é apenas o correr da pena,

de um poeta simples e mortal.