VICKY-GATA-VIGARISTA

(p/ Valéria, e sua gatinha, a Vicky)

Tão ínfima,

A ilustríssima...

“Coisiquinha” alvinegra,

Vivíssima:

Vicky-gatinha-vigarista

Beleza altiva,

Fidalga cria

D'uma condessa vira-lata...

E como ela esgrima com nobreza d’alma

A palma surrada da minha mão...

(Vai no dedão,

Um arranhão a cada espadada)

Depois morde e mia satisfeita

A danada,

Por nada,

Provocativa...

E que caçadora combativa

A abocanhar paspalha

Um novelo de linha no chão

Que prende dentre dentes

E garras de fio de navalha...

Estafada, aninha-se

Minúscula e manhosa

No cerne do meu peito

Recosta e repousa gata sonsa,

Mansa e ronrona...

Descansa as cheias panças

De todas as sete vidas...

Recolhe-se em sete sonhos

Em que, lá, arranha deslambida

Sofás, almofadas e fronhas

Lambanças multicoloridas que vão

E flutuam imparidas

Fantasias em sétima dimensão...