Manhã

  Da noite, em silente  mistério
  Trouxe  nos lábios selados
   Enigma e o toque etéreo

  Envolta estava em lã cinzenta
  Sobres as asas, prenúncio de voos
  E a palidez de uma lua ciumenta

   Pousou em meus olhos deslumbrados
   Com a leveza de um sonho vesperal
   E, folguedos há muito deslembrados

    Cativante, prenhe de luz e afã
   Chegou recolhendo estrelas...trazia flores, cânticos
   Aromas caseiros, café... A bela manhã!