AS TORRES GÊMEAS

(Para Evelyn e Ellen, minhas alunas e companheiras atrizes do nosso grupo de Teatro)

Duas criaturas iguais,
preciosas iguarias,
tão semelhantes diria
que nos confundem, qual, de quais?
A procurar seus sinais...

A diferença é tão ínfima!...
uma pinta no pescoço,
uma pintinha tão íntima,
que confunde qualquer moço,
que se inspire a fazer rima.

Ambas começam com a letra E,
duas fêmeas, quase... Numa só mulher!
Duas gêmeas meninas, é o que elas são!...
E o que é, o que é, na adivinhação?...
Será um mistério ou mistura no coração?...

É a Ellen ou a Evellyn?
Perguntem ao Mago Merlin,
que mesmo olhando às duas
assim na visão mais crua,
não saberá quem é, que é...

No teatro se revelam lindas
sorriem, gracejam, encantam
e quando dançam são floridas
e se realçam quando cantam
a enfeitar nossas vidas.

Em suas pétalas, o perfume,
nos seus olhos todo o lume
e quando na fala, vira música,
nosso ouvido então se cala...
e o coração se embala e pulsa.

Para ouvi-las, tão difusas...
E seus sorrisos... parafusa!
Dá um nó nosso gogó...
Ricas, preciosas, verdadeiro ouro em pó
e nossa vida se cruza...

Tenho amor sim, pelas duas
sem conseguir decifrá-las
eis a verdade, nua e crua
a tomá-las no colo e niná-las...
em cada noite de lua.

Numa, a menina Evellyn,
noutra, a garota Ellen,
duas pupilas, às quais,
minhas pupilas zelem
amando a ambas iguais.

(E deixa que os olhos revelem!)

Contar com as duas no elenco
é um conforto que contemplo
por sentir-me assim no Éden
como se fosse num tempo,
pro meu carinho ser eterno...

(No oráculo de Evellyn, de Ellen!...)

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 26/05/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T2994515
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