NESSE INFERNO DE CALOR, SOZINHO
02.03.2006.Esse calor e essa solidão sempre me acompanharam, a meu convite
Às vezes a gente nem se sente vivo e isso é muito Rio Antigo
Cogito, inquiro e esse mês me parece com os outros marços
Um pouco pior, existe agora a música clássica
Existem filmes e a sensibilidade está na boca do vulcão
Novamente as lágrimas
Companheiras de longas datas
Meu sangue sempre afoito em sair por aí e
Ele é vermelho sepiado
Ele é forte, deve ser mulato
Tudo confuso demais
Sempre o mesmo texto
Como se eu não fosse um ser inconstante e itinerante
Deve ser muito ruim sentir-se só
Deve ser péssima a sensibilidade e tal da “flor da pele” malcheirosa
Mas são vermelhos meus glóbulos
Cristalinas minhas águas nesse valão
São fábulas muito mais Lobato que Esopo
Estou por aí nas filas
Estou na beirada do lago central de Fraiburgo
Estou pelas emanações do calor asfáltico
Esburacados asfaltos de Rondon
Frios lagos das maças vermelhas dos rostos
Estou por aí nas filas
Estou posando de estátua entre as estátuas
Estou na capital cultural de “meu” país
Estou por aí nas filas
Publiquem
Tirem xerox dos originais
Me gravem esses cds
Me dêem livros
Me façam entender como as coisas são
Estou por aí no “extra extra” dos semáforos
Estou nesse inferno de calor sozinho!
(O hades é logo ali)