BALNEÁRIO
22.10.2008.
 
 
 
Sucedânio de minhas próprias substituições
Fornido de espectrais abstrações às vezes tão reais
Existe o real apenas nesse devaneio de paraísos
Sinto meus pés nas águas suaves do mar
Sentado; cadeira na areia de uma praia do Mediterrâneo
Verão nessa Espanha; laptop no colo
Pedras que se moldam ao bater secular das ondas
Ordoviciano nesses crustáceos vermelhos
Ora moderno nessas placas e hardwares
Vento brando em meu peito despreocupado
Pele branca de pêlos quase brancos
Garatujas de tipográficas formulações sucedidas
Meu relógio marca as horas de um outro hemisfério
Não li jornal nem vi televisão
Cabe-me gastar um pouco de vida nessa cadeira
Cabe-me gastar um pouco de vida nessa praia
Paradigma de um ser aceito, modelo de bon vivant
Assim nesse balneário europeu
Eu, refratário de raios vermelhos
Eu, pele vermelha de um lugar selvagem
Eu, caranguejo, um crustáceo vermelho
 
Num futuro próximo!
 
 
 
Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 09/05/2011
Código do texto: T2958303
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