Meus Versos

Nos bons tempos de leituras incentivadas

eu descobri muitos poetas e poetisas

senti-me por eles, bastante cativada

e passei também a escrever minhas poesias

Li de Gil Vicente o " Auto da Lusitânia"

também conheci Fernão Lopes no regiocentrismo

Camões,em suas fantásticas coletâneas

rimando o amor em seu místico lirísmo

Viajei com o barroco Gregório de Matos

e descobri sua alcunha " boca do inferno"

que adquiriu por derramar fel nos fatos

sem tampouco perder o romantismo em seus versos

Bocage que se dizia semelhante a Camões

na genialidade, no infortúnio e na miséria

mostrou-me de tudo em seus belos borrões

ficando até hoje, em mim, as suas idéias

Gonçalves Dias na " canção do exílio"

traz-me a terra com palmeiras, onde canta o sabiá

e com José de Alencar me transporto até os índios

fazendo-me por matas extensas viajar

"Lembrança de morrer" com Álvares de Azevedo

em sua obsessão pela morte e ausência do amor

passa-me na leitura um certo medo

de que sejam idênticos o amor e a dor

Para o meu crescente encantamento

aparecem sob meus olhos " as meninas "

nuances do universo feminino em pensamento

postos para mim em conto e não em rimas

Dos romances de Lygia Fagundes Telles

tive horas de leituras fabulosas

bem como com a simbolista Cecília Meireles

que produzia poesias curtas e harmoniosas

Li tantos e tantas que me facinaram

Monteiro Lobato e sua literatura infantil

Lima Barreto e Graça Aranha me marcaram

com seus romances na minha época juvenil

Mas sempre temos os preferidos

sou louca por Carlos Drumond de Andrade

e facinada por outro já escolhido

João Pessoa que com seus versos me invade

Como Lupicínio Rodrigues

eu jogo os meus versos

qual ponta de lança

para ver se alcança

onde eu quero acertar

Uma pessoa prestando atenção

vê que as rimas do verso que eu faço

trazem pedaços do meu coração.

milizinha
Enviado por milizinha em 15/11/2006
Reeditado em 05/10/2011
Código do texto: T292400
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