feridor, sou rei
escrevo o que não devo
e o que devo, pago
sou previsível como o sol
depois que a cigarra canta
trago o que não devo
e o que devo, apago
inconseqüente como o raio
que espeta o pé da giganta
olho pro horizonte de soslaio,
não quero ver os seus dentes
feridor, sou rei, marraio,
só bebo o meu aguardente
no banco de areia da praia,
aguardo a lua cheia
com seu beijo doce e quente...