HORIZONTES E POESIAS
HORIZONTES E POESIAS
Carrego nos olhos
Um vôo sem pouso
Um flanar de
Horizontes e poesias
Ao ar que me diluo
Intuo a semente
D’onde brota
Um fogo de alento
Rumo a terra,
Sopro meu rumo:
Borbulho o som das águas
Que escorrem ao pé da serra
Num solo confeito de vento...
Só acordo ao despontar
Dos raios
Das além-horas
De todos os dias...
Sonhar é o momento
De encantar
O meu próprio mundo:
Passear com gosto em tudo
Do pouco que a prosa
Não pode, nem imagina
Buscar nessa atmosfera,
O que quero e interessa:
Viver, ao luar, minha sina
Deixar que ela me aspire
E me consuma, livre, sem dar-me
O senso
De entender-me nutrido
Dessas tantas idas e vindas...
Porque
Também
Posso ser o modo
Como sustento
Uma frase
Nas raias do tempo
Rumo às futuras
Veredas e guaridas...
Tudo o quanto pressinto
É mudança
Tudo o que sabia
Implode, explode
Não há mudez ou palavras
Só movimento,
Danças sem travas...
Ainda assim
Levarei um algo
Que guardo desse outono
(Estação de se perder folhas)
: Saber
Que rebroto
Em novas primaveras;
Crescer
Criança imparida
Despida na vida
De cada uma delas...
(Nado nesse
Oceano concebido
De cada ocaso,
De cada aurora surgida
Ao escorrerem os regatos
Dos meus pensamentos)