CORAÇÃO DE POETA
Às vezes, sinto n’alma um calafrio,
Como uma brisa gélida vinda lá do rio,
E o meu coração quer chorar;
Noutras, sinto o por do sol, lá da praia,
Aquele sol que no horizonte desmaia,
E o meu coração quer cantar;
Às vezes, sinto uma canção lá no peito,
Toda cheia de amor... Não tem jeito,
E o meu coração quer dançar;
Noutras vezes, ele se entristece,
Então, ele se ajoelha e numa prece,
Pede por todos que está a amar;
Assim é este coração de poeta,
Sensível por tudo que o afeta,
Quer seja de tristeza ou de alegria,
Como criança a escrever na areia,
A criança deste peito não titubeia,
Lépida e feliz corre... E escreve poesia.