De vagar se chega lá

Divagar... Se vai ao longe...

De vagar se chega lá ...

Me pego em pobre regalo...

Se me explico me complico.

Se me calo aumento o ralo,

nem termino e retifico...

Rio sobre o meu cavalo...

Quê danada esta arapuca.

Comer um rango sem alho,

beber angú na cumbuca...

Dancei ! De salsa é o meu cheiro.

Mas um dia eu pesco a truta

e fruta como a do conde.

Por hora, verdade em luta

Com mentira e o céu se esconde...

Risonho amanhã desenho

num pedaço de papel...

Agarro forte e ferrenho

o meu bocado de mel.

Não me descarto da sorte.

Não me cansa essa procura.

Enquanto fujo da morte,

semeio aqui em ternura.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 24/03/2011
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