De vagar se chega lá
Divagar... Se vai ao longe...
De vagar se chega lá ...
Me pego em pobre regalo...
Se me explico me complico.
Se me calo aumento o ralo,
nem termino e retifico...
Rio sobre o meu cavalo...
Quê danada esta arapuca.
Comer um rango sem alho,
beber angú na cumbuca...
Dancei ! De salsa é o meu cheiro.
Mas um dia eu pesco a truta
e fruta como a do conde.
Por hora, verdade em luta
Com mentira e o céu se esconde...
Risonho amanhã desenho
num pedaço de papel...
Agarro forte e ferrenho
o meu bocado de mel.
Não me descarto da sorte.
Não me cansa essa procura.
Enquanto fujo da morte,
semeio aqui em ternura.