No meu tempo era real... natural

Rua de chão,
Pedra nenhuma a calçava
Naqueles seixos rolados
Por sobre, de bola, brincávamos.

Campinho no massapê,
Servia para entreter.
Empinava papagaio,
Brincava de espada,
Tourada, corrida e vaquejada…
Ali me criei, alto sertão.
Recordo até hoje as quermesses.

Começo de paqueras,
Fortes emoções para um coração.
Liberto eu estava nas ruas
Muita bagunça e alegrias.
Para mim, nenhuma diferença
Se era noite ou dia.
Meu tesouro no bolso:
Bala, doce, rapadura,
Ou até mesmo um pedaço de pão.
Quando chovia… Uma festa,
Criançada na rua,
Banho na certa…
Roubar frutas nos sítios,
Aventura, prazer, alegria…
Tudo sempre uma grande festa.
Caçar, pescar,
Tomar banho no rio…
Assim, eu vivi… Assim, eu cresci.
Na minha infância, eu brincava.
Para todo lado, eu andava.
Inveja das infâncias de hoje,
Tenho não!
Videogame, cinema,
Eletrônica em geral.
Na tela, mil e uma emoções…
No meu tempo, era real,
Ao natural!

Reeditado!

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