Lá vem o sol

Psiu!!! Você aí, que está triste!

Olhar perdido sem mesmo fixar o horizonte.

procurando saber onde o sol se esconde,

Para correr atrás dele, quando o dia vai dormir,

E por sentir bater na alma vento tão frio

E por mais que insistas em tentar sorrir.

A aragem lhe faz calafrios no corpo

As nuvens cinzentas chegaram para ficar

Corra, fuja deste morto ser estar

Agarre-se ao sol em seus últimos raios

Atravessando os morros, rasgando a floresta

Colocando a passarada em festa

Brilhando para os passageiros do ônibus

Desvirginando, se apossando, na janela, pela fresta,

Acariciando, aquecendo, construindo, anoitecendo.

Será sempre feliz por onde quer que vá

Não ousa encarar o horizonte nem lá se fixar

Quando o imaginamos, lá vai longe

Em seu eterno viajar, alguns despertar

Além acariciar, tingir os rios de prata

E as folhas e frutos amorenar

Para a moça formosa que passa sem graça

Voltar amanhã cedo sua pele bronzear

Quando ela lá estiver a desfilar...

Nas areias dos tempos

A lembrança perfilar os dourados tempos.

Lá vem o sol dourado, o corpo do amado,

O amor consagrado, o tempo perpetuado

Na fimbria da fronte do deus escondido

Do rosto suado cheio de pecado

De apenas ter existido no anomimato.