EU VOLTEI

Ah... meu recanto que deixou saudades,

Pois distante tinha ansiedades da volta,

Sabendo em pensamentos que teria visitas,

Diante de uma breve ausência que anunciei.

Pois recantistas pelos quais tenho estimas,

Postariam mensagens de amor e carinho,

E me desejariam uma viagem de sonhos,

Que acalentei e jamais consegui realizar.

Não me enganei e aqui encontrei mimos,

Todos com fluidos generosos de amor,

Enfeitados de flores silvestres perfumadas,

E pedindo notícias de minha viagem de sonhos,

Pois eu queria ver o sól se pondo no horizonte,

A noite salpicada de estrelas querendo brincar,

E a lua enluarada procurando trocar confidências,

Culminando com um lindo amanhecer colorido.

Do sól se pondo no horizonte nada contemplei,

Pois as nuvens espessas o encobriam totalmente,

E nada vi suas cores esfusiantes colorindo o céu,

Que me extasiavam de tantas saudades vividas,

E no negrume da noite nenhuma estrela surgiu,

Mesmo aquelas com as quais muitas vezes brinquei,

E a lua, ah... a lua, ela simplesmente se escondeu,

Até o raiar do dia amanheceu rubro e com nuvens.

Nisso ao contemplar o oceano na sua imensidão,

Com suas águas calmas da cor do azul do céu,

Embalando suave o gigante que cortava as ondas,

Deixando rastros de espumas que pareciam borbulhar,

E lá longe as montanhas encobertas por nuvens,

Fiquei feliz mesmo não vendo o sól resplandecer,

Pois ele seria o astro-rei que abriria os cenários,

Que se ausentaram por razões que não entendi.

Nisto sinto uma lufada de vento bem perfumada,

Que quase chorando me sussurou todas as razões,

Do sól que não se pôs tão calmo no horizonte,

Da noite que não mostrou suas estrelas cintilantes,

Da lua tão esplendorosa com a qual tive afinidades,

E no raiar do dia um amanhecer tão encantador,

Afirmando que a chuva serena éram lágrimas tristes,

Da natureza tão agredida que resolveu se encolher.

Ah...da viagem, todos os deslumbramentos vivi.

06-03-2011