SAUDADE MOLHADA
(Onorato Sòcrates Di Lima)
Há no tempo uma sensação estranha,
A chuva deixa o dia entristecido,
Parece que o coração fica na manha,
Querendo dengo, querendo ser percebido.
A alma silenciosa parece reservada,
Mas o corpo sente a falta,
De um toque da mulher amada,
Que da saudade se farta.
O tempo passa,
E o silêncio grita,
O coração disfarça,
A saudade agita.
Não é lamento,
Pois, quem amou não se lamenta,
Só o tempo faz o passamento,
Que a saudade ainda sustenta.
E a chuva la fora faz a recaída,
Quando pingos dela tocam à janela,
Traz a brisa fria e calada,
Lembrança da despedida,
Que os olhos guardam dela,
Nesta minha saudade fria e molhada.
(Escritório de Jardinópolis-SP)