É CHEGADA A HORA
(Sócrates Di Lima)
É chegada a hora,
O passado foi embora,
Mesmo que vivo esteja agora,
Rasgo a página, deixo a tristeza do lado de fora.
Abre-se ante o olhar meu,
Um horizonte de poesia,
Que me resgatou e um novo tempo me prometeu,
Não posso me perder, nem redesenhar a fantasia.
Quero pintar o céu com mil cores,
E ver o olhar encontrado em meio a lucidez,
Procurando a luz do caminho das flores,
Onde o meu olhar vagante escapa da estupidez.
Reescrevo minhas páginas com amor,
Os aborrecimentos eu detono,
No baú eu guardo o que vivi de melhor,
O passado abandono.
E que Deus me valha,
Me abra a estrada e não me bloqueia,
Para que minha alma nela se espalha,
Percorrendo os sonhos que na poesia se leia.
E que maravilha,
Sentir o coração se abrir,
Fugir do passado, deixar que ela fervilha,
Na doçura de querer existir.
E que venha o que tiver que vir,
No olhar de uma estrela solitária,
Acalentar meu novo porvir,
Me tirar dessa inquietude ordinária.
Fica então meu coração em paz,
O que me entristece vai embora,
Não posso e nem quero olhar para traz,
Enfim, me reencontrar, é chegada a hora.