Sempre me pensei no mar.
No entanto, hoje, habito o ar...

Quando me acalmo,
O que tem sido mais constante,
Pois, descobri que me preservar é o importante,
Sinto-me, acima do chão, um palmo!
Invade-me um conforto,
Oposto ao confronto!
A sensação é a de lar...
De leveza,
De segurança,
De pureza!
Uma suave dança,
Um aconchegar!

É como se fugisse do tempo,

Sem apego a qualquer elemento...
Sem memória,
Muito menos história!
Apenas aquela escrita na hora,
De dentro pra fora.
Longe das influências,
Das dependências,
Das intendências,
Sem indecências...
Só a consciência
E o domínio delicado da inocência!

Habitar o ar é ser inocente,

Mergulhar por entre...
Absolver-se!
Absorver-se...
Flutuar por sobre os pensamentos,
Bem acima dos tolos cabimentos...
Deixar cair todas as bobagens,
Todas as bandagens...
Nada na bagagem
A não ser a coragem,
De se permitir encantar
E de se entregar

Aos apelos matinais,
Às chamas dos castiçais
Tão inaudíveis,
Quanto invisíveis!
Aos feitiços do cair da tarde,
Onde tudo que pulsa, arde!
À ópera noturna,
Eloquentemente muda!
Ao constante fluir,
Que é existir!
Correnteza que deságua no mar
Do incondicional gostar!



Vídeo indicado:

Maria Gadú e Dani Black
Aurora
http://www.youtube.com/watch?v=SvxztN53Wco&feature=related
Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 24/02/2011
Código do texto: T2811483