O PANAPANÁ
Vicejam as verdes campinas
Sopra uma brisa morna e suave
Há umidade e emana calor do solo
Acontece o panapaná
São borboletas de todos os tipos
É lindo de se ver!
Elas são multicores
Milhares delas, mais até...
Chegam a se baterem umas nas outras
Fazem sempre a mesma migração
Muitas morrem pelo caminho
Muitas outras são devoradas por pássaros
Há as que ficam por vontade própria
Voam, voam e voam...
E pousam nas folhas, nas pétalas...
Pequenas com brilho de diamantes
Médias, e quase triangulares
Grandes, e talvez redondas
Todas têm formato de coração
Afastam-se voando em forma de leque
Novamente se agrupam no chão
Batem as asas como um suspiro do pulmão
Na verdade não faz som algum
Porém voejam ao ritmo de uma sinfonia
E pensar que foram lagartas
Em casulos ásperos
De formatos cilíndricos e anelados
Balofos e pegajosos
O que vale é o produto final
Após a metamorfose
Lindíssimas borboletas!
(abril/1986)