Palha molhada. (vida boa)
A palha molhada caiu no braseiro e nem fogo pegou!
Estalou sobre a brasa, ardeu em fumaça e o vento levou.
Já de madrugada, o sereno revela que a noite acabou.
A luz quebra no canto e o galo em espanto, desperto tão só.
O ronco no chiqueiro revela a vinda, de outro arrebol.
E a palha molhada agora sapeca, com o calor do sol.
Remoendo migalhas, regumina sem prosa o boi cupirí.
Chacoalhando a calda, batendo as moscas, que nascem aqui!
No pasto amassado, roído e quebrado pelo javali.
E o mato balança, o galho levanta com o vôo da juriti,
Que balançam em berço, os ovos no ninho, que chocam ali!
Em um mimo retardo, de uma natureza, que eu sempre vi.
O relincho mateiro ecoa no vale, sem pena e sem dó!
Agrupando a boiada, reunindo as cabeças de gado neló. (nelore)
Será feito a roçada, pra tirar as daninhas e os garranchos de cipós.
A manhã se despede à tardinha desperta, com ar de calor.
Mas o céu anuvia, se escurece em cinza, aliviando a dor.
E a palha tostada, volta pro braseiro! Como no anterior.
...........” Catarino Salvador “.