Poema intertextual
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Luís da Mota Filipe, Susana Custódio,
Joaquim Evônio, Zé Albano, Pinhal Dias,
Henrique Pedro, Malubarni, Reinaldo Ribeiro
e poetas
I
Não me machuques mais, ó ninfas que me inspirais
Eu estou de cá,
Do outro lado do mar
Sou apenas um pardal amoroso de paixão a piar
Queria estar aí onde o rouxinol encanta
Talvez, com meu quebranto brasileiro, provocaria
De Vós, ó tágides, o cantar
Cantariam só para mim
O poeta que é ponte entre cá e lá
Minha terra tem palmeiras, que só eu canto cá...
II
Na geografia do silêncio,
Vós, poetas portugueses, me machucam
Fico sonhando como navegantes antigos
Avistaram a minha terra: a Terra da Santa Cruz
Eu faço uma ponte com meu poetar
A viagem inversa
E circulo aqui e lá
Sempre com meu canto simples
A Deus encantar...
III
Como Fernando Pessoa disse, também sou
“Universo pensante de carne osso” que há de passar
Somos deuses no esplendor das palavras
E, assim, minha canção,
Sua canção,
Nossa canção vale a pena
Mesmo que não sejamos Luís Vaz de Camões,
Ela diviniza a palavra
Essa que me faz voltar à terra que amo tanto
Onde não há palmeiras,
Só rouxinóis a cantar...
O poeta Edson Gonçalves Ferreira vestido de mosquiteiro (Arte David dos Santos - Portugal)
IV
Sim, eu “me multiplico para me sentir”
E, ao sentir, sou meio divino
Tenho minhas dorotéias aí e cá,
Embora não seja Dom Quixote,
Eu me aventuro e conquisto amores
Sem cismar sozinho, à noite, prazer encontro cá e lá
E se as aves aqui não gorjeiam,
Eu encanto com meu piar
Sou o Pardal de Deus
Piando pra te enternurar
Nossas terras têm belezas que em outras não há.
Divinópolis, Brasil, 03.12.2010
Paixão
A poetisa Clara da Costa no seu atelier
de Edson Gonçalves Ferreira
para Clara da Costa e Martha Medeiros
I
Minh´alma é lenha na fogueira das paixões,
Faz que o fogo do amor seja esplendoroso,
Tão esplendoroso que apague das estrelas o brilho
Que faça o Sol ficar morno
diante dos nossos beijos apaixonados...
II
Sei que meu corpo é quem conduz a minh´alma
Mas é com ele que chego até você, até Deus
E, assim, não concebo nossa entrega amorosa como pecado
Pecado é não usar esse instrumento de amor que Ele nos deu
Abençoado corpo, templo de Deus, veículo das paixões minhas!
Divinópolis, 03.02.2011
Fundando reinos
o poeta Maurício de Azevedo
de Edson Gonçalves Ferreira
para Maurício de Azevedo
Quando escrevo, reinauguro o mundo,
Recrio o universo,
Meu reino em palavras sagradas:
Sim, eu sou,
Sou tão atrevido quanto Deus.
Se em seis dias, Ele criou o mundo,
Se descansou no sétimo,
Em seis minutos, refundo reinos em nome Dele,
E não descanso no sétimo,
Neste dia, posto o poema
Que me dá adeus e ganha o mundo.
Sabe-se lá quais são os destinos dos meus versos!
Divinópolis, 17.01.2011
O poeta Edson Gonçalves Ferreira no trabalho
Sou eu
O poeta Reinaldo Ribeiro
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Reinaldo Ribeiro
Um homem simples
O coração maior que o peito
Descomunal a minha sede de amor
Sou crucificado todos os dias
Os cravos da poesia na cruz dos versos.
Divinópolis, 11.02.2011
Caricatura do poeta Edson Gonçalves Ferreira feita por Ziraldo
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Luís da Mota Filipe, Susana Custódio,
Joaquim Evônio, Zé Albano, Pinhal Dias,
Henrique Pedro, Malubarni, Reinaldo Ribeiro
e poetas
I
Não me machuques mais, ó ninfas que me inspirais
Eu estou de cá,
Do outro lado do mar
Sou apenas um pardal amoroso de paixão a piar
Queria estar aí onde o rouxinol encanta
Talvez, com meu quebranto brasileiro, provocaria
De Vós, ó tágides, o cantar
Cantariam só para mim
O poeta que é ponte entre cá e lá
Minha terra tem palmeiras, que só eu canto cá...
II
Na geografia do silêncio,
Vós, poetas portugueses, me machucam
Fico sonhando como navegantes antigos
Avistaram a minha terra: a Terra da Santa Cruz
Eu faço uma ponte com meu poetar
A viagem inversa
E circulo aqui e lá
Sempre com meu canto simples
A Deus encantar...
III
Como Fernando Pessoa disse, também sou
“Universo pensante de carne osso” que há de passar
Somos deuses no esplendor das palavras
E, assim, minha canção,
Sua canção,
Nossa canção vale a pena
Mesmo que não sejamos Luís Vaz de Camões,
Ela diviniza a palavra
Essa que me faz voltar à terra que amo tanto
Onde não há palmeiras,
Só rouxinóis a cantar...
O poeta Edson Gonçalves Ferreira vestido de mosquiteiro (Arte David dos Santos - Portugal)
IV
Sim, eu “me multiplico para me sentir”
E, ao sentir, sou meio divino
Tenho minhas dorotéias aí e cá,
Embora não seja Dom Quixote,
Eu me aventuro e conquisto amores
Sem cismar sozinho, à noite, prazer encontro cá e lá
E se as aves aqui não gorjeiam,
Eu encanto com meu piar
Sou o Pardal de Deus
Piando pra te enternurar
Nossas terras têm belezas que em outras não há.
Divinópolis, Brasil, 03.12.2010
Paixão
A poetisa Clara da Costa no seu atelier
de Edson Gonçalves Ferreira
para Clara da Costa e Martha Medeiros
I
Minh´alma é lenha na fogueira das paixões,
Faz que o fogo do amor seja esplendoroso,
Tão esplendoroso que apague das estrelas o brilho
Que faça o Sol ficar morno
diante dos nossos beijos apaixonados...
II
Sei que meu corpo é quem conduz a minh´alma
Mas é com ele que chego até você, até Deus
E, assim, não concebo nossa entrega amorosa como pecado
Pecado é não usar esse instrumento de amor que Ele nos deu
Abençoado corpo, templo de Deus, veículo das paixões minhas!
Divinópolis, 03.02.2011
Fundando reinos
o poeta Maurício de Azevedo
de Edson Gonçalves Ferreira
para Maurício de Azevedo
Quando escrevo, reinauguro o mundo,
Recrio o universo,
Meu reino em palavras sagradas:
Sim, eu sou,
Sou tão atrevido quanto Deus.
Se em seis dias, Ele criou o mundo,
Se descansou no sétimo,
Em seis minutos, refundo reinos em nome Dele,
E não descanso no sétimo,
Neste dia, posto o poema
Que me dá adeus e ganha o mundo.
Sabe-se lá quais são os destinos dos meus versos!
Divinópolis, 17.01.2011
O poeta Edson Gonçalves Ferreira no trabalho
Sou eu
O poeta Reinaldo Ribeiro
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Reinaldo Ribeiro
Um homem simples
O coração maior que o peito
Descomunal a minha sede de amor
Sou crucificado todos os dias
Os cravos da poesia na cruz dos versos.
Divinópolis, 11.02.2011
Caricatura do poeta Edson Gonçalves Ferreira feita por Ziraldo