Casa Caiada de Branco
Quero entrar em uma casinha toda caiada de branco,
Quando a minha alma assustada sentir o chegar do
pranto.
Nas casas caiadas de branco, bem sei que mora,
Gente simples, amiga e hospitaleira.
Estenderão-me os braços, entenderão meus fracassos,
Indicarão o cantinho a água fresca, para matar
Minha sede.
Nas casas caiadas de branco tem banquinhos de madeira,
Uma mesa acolhedora e cadeiras para sentar.
O cesto de pão fresquinho e o café feito na hora que
vem do fogão de lenha.
As pessoas desta casa demonstram calor e harmonia.
Mal chego puxam as cadeiras, vamos todos conversar.
Das casas caiadas de branco, nas tardes ao soar dos sinos
Se ouve a Ave Maria.
As pessoas fervorosas entoam as rezas em coro, para
saudar a rainha.
Assim que a noite chega acedem os candeeiro.
Saem todos no terreiro, é hora de prosear.
Uma viola ponteada toda noite faz a seresta.
A lua espreguiça sorrindo para banhar a festa.
Minha alma fica feliz na casa caiada de branco,
Onde encontrou guarida no meio de gente amiga.
Admira o momento sob um manto de estrelas.
Meu coração acolhido não se recorda do pranto.
. Encontrou a amizade, amor e felicidade,
No meio de gente simples solidária de verdade.
Numa casinha bucólica toda caiada de branco.
(Ana Stoppa)