Hoje acordei e fui olhar a cara do dia
O dia me olhou chuvoso e escurecido
Prenúncio de um dia alegre de verão
Um dia de mortes e de nascimentos
Um dia de sorrisos e de lágrimas
A cara do hoje é santa e maldita
Tem jeito de que vai chover mais ainda
Insulta-me com a cara da insensatez
Todo cheio de si em sua altivez de senhor
Talvez resolva deixar o sol aparecer
Já que os passarinhos cantam indiferentes
Hoje dou ao dia o prazer de olhá-lo
Que venho dando a ele meu desinteresse
Um total descaso se ele sorri ou chora
Afinal ele nunca teve hora para acabar
E muito menos e menos para começar
Mas hoje, acordei e olhei a cara do dia
Ele me olhou tão indolente quanto podia
Fechei a janela e fui pegar meu gelo e café ...