Poesia no ar...
Era um som harmonioso, belo
um solo de violino, violoncelo?
uma suíte , uma fuga ,
uma cantata
um prelúdio, rapsódia,
uma sonata?
uma sinfonia divinal
de anjos e arcanjos no céu...
Parei tudo e me deixei por ele conduzir
a alma voou serena
fez-se infinitamente pequena
e partiu como uma bela ave
foi planar em lugares distantes
nunca sobrevoados antes
em lençóis brancos, suaves
desses de grande esplendor
de curvas lânguidas por ele criadas
como rendas n’ areia bordadas
como uma pintura real d’amor.
Foi então qu’ ouvi novamente
a canção inusitada, plangente.
vinha dos montes , das dunas,
vinha das plumas verdes dos coqueirais.
E voejava ao meu encontro
trazia o poeta nos ombros
e sua bela poesia no ar
então comecei a chorar...
Benvinda Palma
Esta poesia dedicoo ao grande mestre do sonteo, Aarão Filho.