A VIDA NA ROÇA

A aurora dá os primeiros sinais que vai acordar.

O sól se prepara para a caminhada incessante,

E seus raios vão se espalhando até nas grotas,

Iluminando o dia que desperta das sonolências,

Pois a noite serena acabou nos justos descansos,

De todos que vivem na roça e agora se agitam.

A passarada nas matas entoam os seus cantos,

E a névoa vai se dissipando nos campos úmidos,

Gotas de orvalho parecendo jóias cintilantes,

Dão um colorido extasiante na natureza em festa.

Até que as flores abrem suas pétalas adormecidas,

E os perfumes se espalham pela brisa que passa.

O caboclo forte se prepara para o dia extenuante,

E acorda sua amada que lhe prepara seu repasto,

O café que vai espalhando no barraco seu aroma,

Reforçado pela broa de milho e o queijo suculento,

E agradecido dá um forte abraço na cabocla adorada,

Um presságio para a noite de amor que vai acontecer.

Saí feliz carregando os apetrechos para a lida dura,

Onde sua lavoura já plantada vai se encorpando,

E a chuva da madrugada trouxe vigor para as plantas,

O feijão viçoso, a mandioca, o arroz e as hortaliças,

E ao ver o cenário assobia feliz imitando os passarinhos,

Agradecendo à Deus por ver sua roça toda verdejante.

Volta feliz apressando os passos para logo chegar,

Pois sabe que o entardecer sereno logo vai acontecer,

E após tomar o banho refrescante que lhe dá descanso,

Senta na soleira da porta com seu amor lhe abraçando,

E vêem o sól que vai aos poucos vai caindo no horizonte,

Derramando cores lindas nas nuvens que lhe encobrem.

Logo a noite vai chegando com seu manto de estrelas,

E a lua iluminada vem devagar para lhes enfeitiçar,

E abraçadinhos desfrutam da brisa serena que lhes afaga,

Felizes por terem uma vida onde o amor é companheiro,

E o ranchinho de sapé é o refúgio onde podem amar,

Até que saciados dormem em paz e abraçadinhos.

31-12-2010