Ano Novo
É o fim de uma etapa
Bem vivida, ou mal vivida,
É um ano que se encerra,
Roubado de nossa vida...
É começo de saudade,
Fim de muita tristeza,
E o eterno esperar,
Esperando quem não vem...
Esperar como menino,
Brincando na enxurrada,
Soltar barcos de papel,
Sem saber qual o destino.
Um destino tão incerto,
Obscuro, sem futuro,
Futuro que logo morre,
De presente, vira passado...
Do passado, da infância,
Fase doce, tão querida,
Talvez o melhor momento,
Vivido em nossa vida...
Da pureza e inocência,
De crer em Bicho-Papão,
Sonhar com Papai Noel
E falar com as estrelas.
De esperar o Domingo,
A volta do pai cansado,
As quermesses, parques,
Circos;
Fantasias tão distante,
Todas elas tão reais,
Que parecia verdade,
As histórias da vovó,
Contadas junto ao pomar...
O que a vida nos leva
Dos tempos de nossa infância
É a eterna esperança
De crer em outro amanhã...
De esperar o pai cansado,
De esperar o domingo...
O que a infância nos leva
É a vontade de viver,
Viver o ano que chega,
Como em tempo de criança...
Em todo caso, esperemos,
Como esperar o alvorecer,
Com muita fé e firmeza,
O ano que vai nascer!
( Do Livro Diagnóstico)