Quem diria ...
... que, justo você
Entraria na minha vida assim
Tão de repente
Tão sorrateiramente
Mas de uma forma tão intensa
Trazendo-me uma alegria
Tão contagiante
Quem diria
Que eu conseguiria me despreender
Das amarras
Que tanto me afastaram
De um mundo até há pouco presente
Com tantos fantasmas
Que me assustaram
Logo você
Tão distante e, ao mesmo tempo,
Tão presente
Tão pródigo com as minhas carências
Querendo tirar da minha essência
O que ela tem de bom e ruim
E nem por isso
Deixá-la de fugir
Logo você
Que não pode estar ao meu lado
Mas que já é amado
Pelo teu lado terno
Sutil
Calmo
No meio do meu turbilhão desenfreado
Mas nesta hora não penso
Não ouso imaginar “porquês”
Porque o importante de tudo
É que conseguiste retornar ao mundo
A mulher que sempre fui
Da forma mais simples possível
Sem que eu tenha que permanecer
Naquele submundo imundo
(12/12/10)