GIRASSOL
Quem de nós não gostaria,
Num instante de magia,
Ser igual ao girassol?
Viver ao lado do Sol,
Esquecer toda frieza
Ao lado escuro da vida,
Onde se encontra a tristeza...
Sentir o brilho do Sol,
Como sente o Girassol...
Ser forte, indiferente,
Mesmo só e tão contente...
Como é o Girassol...
Sem Sol, não tem Girassol...
Ele se fecha, sucumbe...
Porém, ao nascer do dia,
Resplandece para o Sol,
Razão da sua existência...
E a gente não consegue
Ao menos, um pouco sequer,
Ser igual ao Girassol...
Curvamo-nos para tantos,
Ferimo-nos para muitos,
Por aqueles que nos pisam,
Embaçando nossos olhos,
Impedindo encontrar
O brilho esplêndido da vida...
E, se buscarmos o sol,
Mesmo em dia de verão,
Não sentiremos na alma,
Sua beleza infinita...
A dor por vezes supera
O anseio de esperar,
O romper de um novo dia,
O surgir de um novo Sol,
Como espera o Girassol!
Com ritual harmonioso,
Nos jardins, campos, estradas,
Desperta olhando os céus,
Na busca eterna do sol,
Resplandecendo para a vida,
O solitário Girassol!
(Ana Stoppa, Do livro Diagnóstico).
Foto: Ana Stoppa,Girassóis de Torcello/Itália 07/2011)