madrugada amiga
quando ainda as folhas não tiverem nascido
quando não tiveres ainda consumido o sono
quando pensares que estás ao abandono
ou no refúgio da alta madrugada
e que ali não é preciso pensar em nada
porque o pensamento vem solto, como o que voa
quando não fizer mal algum estar à toa
quando parece que nada destoa
quando a possibilidade de conversar contigo mesmo
parece que não se esgota,
mas que nem é tão necessária assim
quando achares que a sensação de calma
afugenta a de infortúnio
quando achares em fim que é o plenilúnio
aí, sim, aí poderás ter a impressão de que
finalmente estás passando bem...