Festa Íntima

A lua quando surge por trás da montanha,

Com sua plasticidade que espanta,

Vai seduzindo, convocando o mar,

A ela se entregar.

Sem relutar,

Ele principia a se suavizar

E se deita,

Como quem se ajeita

Para receber a amada...

Ela estende a sua mão

E o toca num misto de paixão e gratidão,

Desenhando assim, a profundidade de sua afeição,

Na superfície prateada.

O que, exatamente, se dá a seguir,

É inapropriado intuir.

Ninguém sabe ao certo o que se passa entre eles.

Qual a matéria prima de suas sedes.

O sentimento dele sendo tocado,

Delicadamente estimulado

A participar

Do espetáculo sublime que é o luar.

Ela emanando sensualidade

Em um grau elevado de sensibilidade,

Passeia por ele demoradamente,

Para sorvê-lo completamente...

Ambos se entregam

E se completam,

Em uma incontestável sintonia,

Com toques de galhardia!

A cerimônia é de comunhão,

De exaltação

E reverência à Criação!

... Festa para a percepção!

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=pWs-dXDiI6k&feature=related

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 21/11/2010
Código do texto: T2628107