A VIDA E O TREM

Lá vem a locomotiva, lá vem o trem
como a serpente nem zig-zag num vai-e-vem.
Vou embarcando nesta viagem, eu vou também
vou vendo a vida pelos caminhos que vai o trem.
Óia o minino de calça curta correndo alegre de pé no chão
parece até que pulou de mim pra viver assim sem afobação
Rompendo terras vou vendo serras por mim passar
ali em baixo passa um riacho, já pesquei lá.
Num túnel escuro, te desconjuro escuridão
de novo a luz e a alegria em meu coração.
Um bem-te-vi quase que me viu mas o trem partiu na horinha agá
não fique triste meu passarinho volta pro ninho que eu vou voltar.
Roupas dançando ao som do vento lá no varal
um abacateiro espalhando sombra pelo quintal
Fumaça azul de uma chaminé lembra comunhão
broa, café e queijo, bule passando de mão em mão
_Aê pipoca amendoim bala de goma quem qué comprá
_Óia seu moço, tô sem almoço, um sanduiche me traga já.
Ao longe avisto minha estação e o povo a esperar
palpita forte o meu coração pois lá ela está
Já vai partindo a locomotiva lá vai o trem
como a serpente em  zig-zag num vai-e-vem
vai-e-vem, vai-e-vem, vai-e-vem...

(texto musicado por José Alves)