MATURIDADE PRIMAVERIL
É tarde,
O silêncio da noite
Aguça as frases gritantes do meu coração,
Há uma inquietação,
Um sonho inesperado,
Uma saudade do que nunca houve,
Do que não foi vivido,
Talvez o imaginário tenha pregado
Mais uma peça para mim,
Hoje, estou aqui, procurando-me,
Onde me perdi?
O que na verdade quero achar em mim
Em tantos pedaços cortados ao meio?
Pedaços?
Não!
Sinto-me inteira,
Sempre fui muito honesta para comigo,
Procurei em tudo respeitar-me,
Ser fiel ao meu interior,
Das tantas asneiras que vivi,
Todas foram querendo acertar,
Aprendi que se vive uma única vez,
Ser tola até que é considerável
Na pouca idade,
Na maturidade tudo muda,
Os valores são estudados
Com entusiasmo na sabedoria,
Há uma parte de mim que chorou,
Enquanto outra parte ria,
Hoje, metade riso, metade choro,
Cheguei a conclusão de que
Pouco precisamos para que a felicidade
Seja companhia agradável em todas as horas,
Hoje a fala é menos,
As ações brotam assim como
Na primavera os botões das flores
Abrem-se para a madura estação primaveril
Que outrora esquecera de viver.