MATURIDADE PRIMAVERIL

É tarde,

O silêncio da noite

Aguça as frases gritantes do meu coração,

Há uma inquietação,

Um sonho inesperado,

Uma saudade do que nunca houve,

Do que não foi vivido,

Talvez o imaginário tenha pregado

Mais uma peça para mim,

Hoje, estou aqui, procurando-me,

Onde me perdi?

O que na verdade quero achar em mim

Em tantos pedaços cortados ao meio?

Pedaços?

Não!

Sinto-me inteira,

Sempre fui muito honesta para comigo,

Procurei em tudo respeitar-me,

Ser fiel ao meu interior,

Das tantas asneiras que vivi,

Todas foram querendo acertar,

Aprendi que se vive uma única vez,

Ser tola até que é considerável

Na pouca idade,

Na maturidade tudo muda,

Os valores são estudados

Com entusiasmo na sabedoria,

Há uma parte de mim que chorou,

Enquanto outra parte ria,

Hoje, metade riso, metade choro,

Cheguei a conclusão de que

Pouco precisamos para que a felicidade

Seja companhia agradável em todas as horas,

Hoje a fala é menos,

As ações brotam assim como

Na primavera os botões das flores

Abrem-se para a madura estação primaveril

Que outrora esquecera de viver.

Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2610653
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